17º Congresso do IBGC foi marcado pelo debate sobre ética e efetividade da adoção de práticas de gov
Realizado pela primeira vez no Golden Hall | WTC São Paulo, nos dias 17 e 18 de outubro, o 17º Congresso do IBGC teve como tema central “Governança Corporativa: Essência e Aparência” e bateu seu recorde de público, com 719 presentes. A abertura do evento foi realizada por Emilio Carazzai, presidente do conselho de administração do IBGC, que deu o tom do evento.
“Diante do novo cenário da economia brasileira, de novas tecnologias potencialmente disruptivas, das mudanças dos hábitos e desejos dos consumidores, da transição da economia dos acionistas para a economia dos stakeholders, é possível que as práticas de governança também se ajustem. É isso que queremos discutir. Buscamos fugir da governança da aparência, queremos incentivar a adoção genuína das boas práticas”, disse o presidente do conselho do IBGC.
Todo o programa do Congresso foi elaborado com o objetivo de incentivar a adoção contundente dos bons e reconhecidos princípios de governança, para que os presentes possam se antecipar e provocar mudanças, e por esta via contribuir para a construção de um país de empresas fortes, sustentado por uma sociedade que tem a ambição de ser cada vez mais justa.
Carazzai ainda enfatizou que as crises econômica e política que assolam o Brasil tiveram o efeito positivo de que a sociedade passasse a vocalizar seus desejos por mudanças, pressionando lideranças e instituições. O papel do IBGC neste cenário foi aprofundar seus estudos sobre governança em sociedades de economia mista e apoiar, nos últimos dois anos, o reforço para aprimorar o arcabouço regulatório da governança. As iniciativas do instituto culminaram no lançamento do Caderno Boas Práticas de Governança Corporativa para Sociedade de Economia Mista, em dezembro do ano passado.
Para 2016, outras ações de governança serão concretizadas com o apoio do IBGC: o lançamento do Código Brasileiro de Governança Corporativa - Companhias Abertas, no modelo pratique ou explique, elaborado pelo Grupo GT Interagentes - do qual o instituto faz parte com outras dez entidades atuantes no mercado de capitais -, e a revisão dos Segmentos Especiais de Listagem da BM&FBovespa – da qual o IBGC participou por meio de audiência pública.
O 17º Congresso buscou legitimar que o compliance é necessário, mas não suficiente. “É preciso construir, instalar e praticar um ambiente ético de operação. E para que isto ocorra, o tom da liderança há que ser congruente com os valores declarados”, afirmou Carazzai, que completou: “Ética significa melhor reputação; menor custo comparativo de capital; mais diferencial competitivo; mais geração de valor; maior probabilidade de persistência temporal. E, não é difícil perceber que governança e ética estão geneticamente entrelaçadas”.
Trilhas gerais e para empresas familiares
Com metade de seu conteúdo voltado para temas relacionados a empresas familiares, o Congresso Anual do IBGC ao realizar, pela primeira vez, sessões de debates simultâneas em um mesmo ambiente. Equipados com fones de ouvido, os congressistas tinham a opção de acompanhar a trilha geral, voltada para empresas de capital aberto, ou a trilha de empresas familiares.
Ao final do primeiro dia do evento, foi lançada a 15ª publicação da coleção Cadernos de Governança com o tema “Governança da Família Empresária - Conceitos básicos, desafios e recomendações”. (Confira resumo das sessões de empresas familiares e das sessões gerais)
Mostra de governança
Realizada pelo segundo ano consecutivo, a Mostra de Governança contou com stands que apresentaram cases sobre boas práticas de governança em empresas brasileiras. No local, estavam 11 fornecedores de serviços e ferramentas de governança, que puderam trazer as novidades do setor para os congressistas.