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Presença do fundador influencia práticas de governança

Ciclo geracional do diretor-presidente e porte da empresa também influenciam a adoção de práticas em empresas familiares

Pesquisa Governança em Empresas Familiares: Evidências Brasileiras realizada pelo IBGC, em parceria com a PwC Brasil, revela que a consolidação de práticas de governança em empresas familiares é diretamente influenciada por três fatores: a presença do fundador nos negócios, o porte da empresa e o ciclo geracional em que se encontra a gestão da organização. Quanto maior a empresa, mais complexos se tornam os negócios, o que sugere uma boa adoção de práticas de governança. Por outro lado, a presença do fundador é fator de inibição dessas práticas. A distância da primeira geração da família também se mostrou impulsionadora da governança: quanto mais avançada a geração da qual o diretor-presidente faz parte, maior aderência às práticas.


“Precisamos discutir como trazer a governança para a gestão da primeira geração, que hoje está concentrada nas gerações posteriores, para que as empresas possam capturar, o quanto antes, os benefícios da governança familiar e corporativa.”, avaliou Luiz Martha, gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, no evento de lançamento da pesquisa durante a 12ª Edição do Fórum Exclusivo para Empresas Familiares realizado no dia 21 de março, na sede do IBGC, em São Paulo.


Pesquisa global da PwC, realizada em 2016, aponta que apenas 12% das empresas chegam na terceira geração e 3% na quarta. Esse dado mostra os grandes desafios das famílias empresárias ao longo de sua trajetória. A governança é um fator relevante para gerar valor para as organizações e criar condições favoráveis para a longevidade dos negócios. A grande adesão ao preenchimento do questionário da pesquisa é um indicativo apontado por Martha do maior interesse das empresas familiares com o tema governança. No estudo, apenas 10% delas afirmaram nunca ter discutido a adoção de práticas.


A presença do fundador é o fator de maior influência na governança de empresas familiares. O empreendedor que construiu o negócio, muitas vezes de forma solitária, determina os rumos de acordo com suas convicções e experiência. “Quando o fundador não está mais atuando na empresa se percebe claramente maior adesão em praticamente todas as práticas de governança avaliadas”, informa Tobias Coutinho, coordenador de pesquisa e conteúdo IBGC.


Conselho estatutário é mais presente na terceira geração ou em empresas em que o fundador não está mais atuando. Nas organizações com a presença do fundador, apenas 11,7% tem conselho estatutário, enquanto que esse número salta para 37% sem sua atuação.


A criação de conselho consultivo aparece na pesquisa como uma espécie de transição no processo de implantação de governança entre as gerações, analisa Coutinho. Na primeira geração o conselho consultivo existe em 32,1% das empresas, sobe para 58,2% na segunda e cai para 32,3% na terceira. “Na terceira geração o conselho passa do caráter consultivo para o de administração”, diz Coutinho. Nessa etapa, o conselho de administração estatutário está presente em 48,4% das empresas pesquisadas.


Uma prática que teve desempenho ruim em todos os grupos de análise foi a existência de plano de sucessão para cargos-chave. Do total de empresas pesquisadas, apenas 27,6% respondeu que têm um plano. O percentual de empresas com plano de sucessão permanece igual ou abaixo de 40% em todos os recortes. Empresas sem atuação do fundador, por exemplo, apenas 31% tem plano, nas empresas na terceira geração do diretor-presidente 38,7% tem plano, e as com faturamento acima de R$ 400 milhões, 40% tem plano.


Um aspecto positivo revelado pela pesquisa foi sobre as perspectivas futuras para a família empresária: 69,2% delas afirmaram ter a intenção de expandir o negócio atual e 60,2% pretende permanecer no negócio atual. Entretanto, neste item, chama atenção a baixa perspectiva para abertura de capital. Apenas 6,1% das empresas disseram que o mercado de capitais é uma opção para financiamento.


Ao todo, a pesquisa contou com a participação de 270 empresas brasileiras de controle familiar de capital fechado com suas sedes distribuídas em 21 estados, contemplando as cinco regiões do país. O número pode parecer pequeno diante do universo total de empresas no país, mas é a uma das maiores amostras pesquisadas dentro do universo de empresas familiares brasileiras. “A pesquisa vai continuar com o aprofundamento dos temas”, afirma Carlos Mendonça, sócio e líder de serviços para empresas familiares PwC. A segunda fase do estudo será qualitativa, com análises de famílias empresárias de todo o país para compreensão mais detalhada dos resultados.

IBGC Pesquisa

Governança em Empresas Familiares: Evidências Brasileiras

https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=24047


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