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Valores e propósitos definem identidade da família empresária

Publicação do IBGC ajuda identificar características que aumentam a coesão familiar e fortalecem os negócios

A visão, os valores e o espírito empreendedor do fundador permanecem impregnados na família empresária. Essas características que garantiram sucesso do negócio expressam a personalidade corporativa das empresas familiares. Quando o fundador ainda está presente na gestão, a sua identidade acaba se confundindo com a da empresa. Com o tempo e a evolução das novas gerações na condução dos negócios, essas características tendem a se dispersar, pois nem todos os membros do grupo terão as mesmas competências e visões do fundador. Com esse distanciamento das gerações, ter uma identidade familiar clara e estruturada se torna um importante elemento de coesão da família em relação ao fortalecimento dos negócios.


Pela importância do tema, a Comissão de Empresas de Controle Familiar do IBGC desenvolveu a publicação Identidade da família empresária: um elemento de coesão para a continuidade dos negócios, lançada no dia 28 de fevereiro em evento realizado na sede do IBGC. “Quando se conscientiza de sua identidade, a família percebe suas vocações, seus pontos fortes e seus pontos fracos. Esse conhecimento facilita a solução de conflitos e dá mais força para os negócios crescerem. Quando se conhece o passado, se melhora a perspectiva de futuro”, afirma Cris Bianchi, vice coordenadora da Comissão de Empresas de Controle Familiar e uma das coordenadoras da publicação.


O reconhecimento das características e valores que definem a identidade é um importante fator de união, pois reforça o sentimento de pertencimento entre todos os seus membros. “O grande problema enfrentado pelas famílias é manter a unidade. Como levar os negócios ao longo do tempo em um grupo unido? São as crenças e princípios que regem a empresa e mantém unida a família empresária”, diz Jorge Nishimura, presidente do conselho de administração do Grupo Jacto e presidente da holding UJI, que contou a história e a trajetória de sucesso de sua família no evento de lançamento do caderno.


O Grupo Jacto é uma empresa familiar com presença global na área de equipamentos para o agronegócio. A companhia foi fundada em 1948, em Pompeia, interior do estado de São Paulo, pelo imigrante japonês Shunji Nishimura. Atualmente, além de máquinas agrícolas, a empresa atua na área automotiva, de embalagens e outras atividades. O grupo tem 3.700 colaboradores e faturou, no ano passado, R$ 1,5 bilhão. A empresa está na segunda geração. Jorge Nishimura, é o mais novo dos sete filhos do fundador.


Na metade dos anos 1990, as relações na família Nishimura estavam conturbadas e o grupo decidiu estruturar sua governança. O processo, que teve apoio de consultores externos, começou com o acordo de acionistas e evoluiu para a criação do conselho de administração, comitês de apoio ao colegiado e contratação de auditorias externas. Em 2003, foi iniciado um trabalho para definir os valores e a identidade da família empresária.


Nishimura contou uma passagem emocionante nesse processo de estruturação da governança familiar. Quando os filhos do fundador Shunji Nishimura estavam brigando muito, o empresário pediu ajuda para um alto executivo de uma empresa do Japão, amigo seu. Ao chegar no Brasil, este executivo, que não era especialista em governança, deu um conselho valioso. Em uma reunião ele leu uma passagem da Bíblia que fala sobre amor. O amor é paciente, benigno, não tem maus pensamentos, espera, suporta e é inesgotável.


Na definição dos valores e da identidade familiar, o amor foi reconhecido e se tornou parte do dia a dia da empresa, afirma Nishimura. Entre os dez valores do Grupo Jacto está o conceito de “virtudedades”, virtudes essenciais, para o estabelecimento de relacionamentos sadios e duradouros: humildade, honestidade e simplicidade. Todo o planejamento estratégico da Jacto é alicerçado sobre os dez valores da companhia. Eles são a base dos negócios. “Quando você estiver com muita raiva e for tomar decisões radicais, pense que este sentimento pode não ser bom, mas o amor está presente e nunca acaba, é uma fonte inesgotável dentro de você”, filosofa Nishimura.

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