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Ricardo Setubal faz abertura do Encontro de Conselheiros 2018


É uma honra abrir este encontro de conselheiros em um ano tão desafiador para nós, brasileiros.


Sabemos que, neste ano de eleições, estamos vivendo um período com muita volatilidade, o que atrai a atenção dos conselheiros para o curto prazo. No entanto, faz-se necessário lembrar sobre a importância da visão para o longo prazo e a necessidade de um maior entendimento sobre o novo consumidor, suas novas necessidades e sobre como as tecnologias estão proporcionando o surgimento de novos modelos de negócios.


As estatísticas globais são exemplo de que nós, administradores brasileiros, ainda não estamos preparados para a inovação.


No Índice Global de Inovação de 2017, publicado pela CNI, o Brasil aparece na posição 69 do ranking geral, que inclui 128 economias mundiais. Atrás, inclusive, de países como México, Colômbia, Uruguai e África do Sul.


Ao mesmo tempo, o Global Entrepreneurship Monitor 2016 aponta que o Brasil tem apenas 20% dos empreendedores iniciais com potencial de inovação. Esse percentual é metade do potencial da Alemanha e ¼ do potencial da China.


Os dados mostram que a maioria das inovações do país não são reais, pois apenas adotam tecnologias já existentes em todo o mundo.


É verdade que todo processo de ruptura causa apreensão e também pode dar a impressão de que está longe demais para afetar uma empresa ou setor.


Este é um ponto de atenção. E o primeiro passo é estar aberto a conhecer, aprender e vivenciar a mudança, evitando que a empresa caia no esquecimento e desapareça.

Para enfrentar esse desafio, é preciso que os conselhos de administração das organizações brasileiras e seus administradores vejam que a inovação é um processo que deve estar incorporado em sua visão e cultura.


Por este motivo o IBGC adotou a Inovação como tema do ano e quer apoiar seus associados e toda a sociedade nessa jornada. Criou dois novos grupos de estudo, sendo um sobre Inovação nas organizações e o papel dos conselheiros e outro sobre a Governança das Startups, atraindo novos parceiros e profissionais ligados a empresas de tecnologia e atuantes em inovação. Um terceiro grupo de trabalho sobre Cyber Risk está em formação e agora, no 2º semestre, lança o 1º curso em Tecnologias Emergentes para Conselheiros.


O congresso, que acontecerá nos dias 1 e 2 de outubro, discutirá o “Ecossistema da Governança: Inovação e Legado”, ocasião em que será lançado o livro com o tema “Inovação e Governança”.


A correlação da governança corporativa com a promoção da inovação suporta o papel do conselheiro como guardião da visão de longo prazo e busca pela longevidade e sustentabilidade das organizações.


Cabe a nós, conselheiros, direcionarmos e provocarmos os executivos para o processo da inovação, incorporando-a em sua essência.


É preciso haver vontade, investimento em novas ferramentas e, também, na capacitação de executivos para o desenvolvimento de novas competências e habilidades, de forma a obter um movimento abrangente e contínuo de reinvenção.


Finalmente, queremos que este encontro seja uma oportunidade para os conselheiros compartilharem suas experiências e dúvidas, compreenderem os desafios do futuro e as possibilidades no uso das ferramentas tecnológicas e, refletirem sobre como é possível engajar toda a corporação neste processo da inovação como uma prioridade estratégica.

Se a pauta da inovação estiver incluída na estratégia da empresa, com métricas e ritmos certos, será possível mitigar riscos, atrair e manter talentos e, consequentemente, obter resultados positivos.


Finalizando, gostaria de desejar a todos, um excelente encontro.


Obrigado.

Ricardo Setúbal


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