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Dado é o bem mais valioso do século XXI

Internet das coisas tem potencial de impacto de até US$ 11 trilhões na economia global em 2025, segundo McKinsey

Objetos, produtos e equipamentos estão cada vez mais conectados, coletando dados sobre seu uso, localização e condições ambientais. A utilização inteligente e sistematizada desse gigantesco banco de informações gera oportunidades para as companhias. Esse conhecimento possibilita o desenvolvimento de novos serviços e produtos, ganhos de eficiência, redução de custos, melhoria na experiência dos clientes e mais qualidade na tomada de decisões. “Até o início do século XX, o bem mais valioso era o ouro. No século passado foi o petróleo. Agora, o bem mais valioso, em qualquer organização, é o dado”, afirma Jaime Müller, chief operating officer da SAP, empresa multinacional de softwares empresariais, durante a sessão paralela sobre internet das coisas (IoT, em inglês) e Big Data no Encontro de Conselheiros 2018.


A afirmação pode parecer exagerada, mas um estudo realizado pela McKinsey Global Institute, em 2015, estima que o impacto do uso da internet das coisas na economia global pode ser de US$ 3,9 trilhões a US$ 11,1 trilhões, por ano, em 2025. Esse resultado será obtido pela geração de novas receitas, redução de custos operacionais, ganhos de produtividade e melhoria da qualidade de vida das pessoas. “40% do total está previsto para países emergente, incluindo o Brasil, e 70% desse impacto global virá de interações B2B, entre empresas”, informa Alexandre Montoro, sócio associado da McKinsey & Company. De acordo com a pesquisa da McKinsey, a internet das coisas impactará mais os países em desenvolvimento, pois os processos não são tão automatizados quanto nas economias mais avançadas. A adoção da IoT, em muitos casos, possibilitará um salto tecnológico, aumentando a geração de valor.


O custo dos sensores, equipamentos que captam informações, e do armazenamento de dados tem caído sensivelmente e facilita o acesso das empresas à internet das coisas. Pesquisa da Logicalis Latin America, de 2017, revela que, no Brasil, 36% das companhias que adotam soluções de IoT são médias, com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões ao ano. “São empresas de governança mais ‘simplificada’, onde é possível testar a tecnologia e aderir ao processo sem necessidade de aprovação de um board global”, explica Müller.


Big Data

Gerar milhares de terabytes de dados é inútil se eles não são transformados em informações estruturadas que permitem tomadas de decisões qualificadas. Por isso que a IoT sempre está conectada com Big Data. São ferramentas que conseguem manipular um grande volume de dados estruturados e não-estruturados. Dados estruturados são aqueles que podem ser classificados de forma sistemática, como os obtidos por sensores nos equipamentos da linha de produção. Os não estruturados não têm forma definida ou relação entre si, como por exemplo, fotos ou posts em redes sociais. O Big Data consegue organizar e filtrar esses dados em volumes gigantescos de forma muito rápida.


O cruzamento de informações que aparentemente são desconectadas permite extrair tendências e correlações entre elas. A obtenção desses insights é possível empregando técnicas avançadas de análises, conhecidas como analytics. Muitas dessas ferramentas utilizam inteligência artificial para acelerar as análises e extrair conclusões mais complexas e sofisticadas. É por meio do analytics que dados são transformados em inteligência corporativa, possibilitando aperfeiçoamento de produtos, processos e a melhorias na interação com os clientes, trazendo impacto para o negócio.


A aplicação dessas tecnologias já está presente no nosso dia a dia. O aplicativo Waze é um exemplo de IoT. Ele captura dados do GPS dos smartphones de centenas de milhares de usuários, estrutura e processa as informações e oferece rotas alternativas mais inteligentes. O aplicativo analisa e cruza os dados dos usuários com os arquivos da companhia (ruas, avenidas, praças, direção das vias, dias de rodízio, etc) e calcula o caminho mais rápido até o destino indicado.


Chatbot, software que interage com os usuários simulando um ser humano, é outro exemplo de utilização de IoT. São sistemas que simulam a conversa humana. Maximiliano Carlomagno, sócio fundador da Innoscience e moderador do painel, informa que o chatbot do Poupatempo de São Paulo já atendeu mais de 100 milhões de questionamentos feitos por cidadãos. “O tema IoT e Big Data não é do futuro, é do passado”, afirma Carlomagno.


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