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Conheça a evolução do programa de Conselheiros Certificados IBGC

O programa de certificação de conselheiros IBGC completará, no próximo dia 05/03, dez anos de seu lançamento. Para continuar fiel aos seus objetivos, o IBGC apresentou, em 23/11, uma série de melhorias no processo de certificação de novos conselheiros de administração, que deverá entrar em vigor em abril de 2018.

Alberto Whitaker, membro do conselho de administração do IBGC e líder do grupo responsável por elaborar a primeira proposta de certificação há uma década, comentou que o programa para os CCI (conselheiro certificado IBGC) “colocou todos os participantes em um ambiente de distinção no mercado, e em novo patamar de capacitação e profissionalismo”.

No entanto, como o próprio Whitaker ressaltou durante o evento: "Dez anos é muito tempo para as velocidades das mudanças dos dias atuais. Precisamos, agora, atender novas demandas e ampliadas exigências que, todos sabemos, estão aqui às nossas portas". Agora, seria o momento de reforçar o propósito do programa, segundo Whitaker, e de “valorizar o reconhecimento de seus participantes, ressaltando uma comunidade de conselheiros vigilantes e diligentes”.

O presidente do conselho do IBGC, Emilio Carazzai, reforçou a importância do programa para os CCI como uma plataforma, que auxilia no processo de recolocação profissional e funciona como um meio para garantir a constante atualização. “Os conselheiros precisam de conhecimentos multidisciplinares para atuar, e essa formação continuada, talvez, seja o elemento mais nobre do programa”, explicou.

Assim como fora feito para a sua criação, a atualização do programa foi fruto de um processo de debates e de pesquisas de benchmark. Na elaboração da nova proposta de valor, foi analisado os modelos de certificação de quatro institutos filiados ao Global Network of Director Institutes (GNDI): NACD dos Estados Unidos, IoDSA da África do Sul, SID de Singapura e IoD do Reino Unido. Todos esses programas incluem, pelo menos, duas segmentações na certificação dos conselheiros. Esse será o mesmo caminho adotado pelo IBGC.

A partir de abril de 2018, além do segmento atual de Conselheiros Certificados IBGC (CCI), aqueles integrantes que exercem ou já ocupam posições em conselhos , poderão pleitear o selo de Conselheiro Certificado Experiência IBGC (CCIe). “O propósito que buscamos com essa evolução nas regras é uma valorização dos conselheiros certificados”, explicou Heloisa Bedicks, superintendente geral do instituto.

O que muda?

Atualmente, só existe um segmento de certificação e duas formas para ingressar: por experiência ou por exame. Quem possui seis anos ou mais de experiência como conselheiro ou aqueles com pelo menos quatro anos como executivo C-level e quatro anos com assento em um board, podem, até abril, pleitear o ingresso pela modalidade experiência. Para ser aprovado, no entanto, é necessário passar por uma entrevista pessoal.

Na modalidade exame, o candidato precisa ter no mínimo três anos ocupando um cargo na alta gestão de uma companhia ou ter passado o mesmo período como conselheiro, além de ser aprovado em um exame escrito.

Após a entrada em vigor das novas regras, será obrigatório a realização de uma prova para todos os que quiserem ingressar no segmento certificação (CCI). O tempo mínimo na função foi ampliado: passará a ser necessário mais de cinco anos como C-level ou mais de 6 anos em conselhos de administração (só serão consideras atividades recentes, isto é, que tenham ocorridas nos últimos 10 anos). Além disso, todos os que quiserem se certificar precisarão ter feito um curso de formação para conselheiro de administração. “Não é necessário fazer no IBGC, mas precisa ser equivalente ao nosso”, disse Heloisa.

Para o segmento CCIe, haverá duas modalidades de aplicação. No ingresso via exame, será necessário fazer uma entrevista obrigatória antes da prova, ter experiência de, no mínimo, dois anos em conselhos de administração, deliberativos ou consultivos (incluindo os de ONGs e startups), e realizar um curso de alinhamento no IBGC, com oito horas de duração. Já o ingresso na modalidade experiência exige fazer um mesmo curso de alinhamento, passar por uma entrevista e ter pelo menos seis anos em um conselho de uma grande empresa – que esteja na lista das 1000 maiores da Revista Exame ou tenha um faturamento anual acima de R$ 300 milhões.

Para os atuais membros da comunidade CCI que queiram aplicar-se na modalidade CCIe a partir de abril de 2018, as regras de passagem serão as mesmas a de um novo candidato. O CCI que tiver um mínimo 6 anos em conselhos de administração de empresas com faturamento superior a R$ 300 milhões ou que constem entre as 1000 maiores da revista Exame, poderá pleitear a certificação pela modalidade experiência, após participar de uma entrevista e de um treinamento de alinhamento de 8 horas no IBGC. O CCI que tiver entre 2 e 6 anos em conselhos de administração, deliberativo ou consultivo (incluindo-se ONGs e start-ups), poderão pleitear a certificação pela modalidade exame. Para tanto, terão que participar de uma entrevista obrigatória antes do exame, e do treinamento de 8 anos no IBGC.

Palavra dos recrutadores

Antes da apresentação da atualização do programa de certificação, foi realizado o debate sobre a diversidade nos boards com a presença de três profissionais com experiência no recrutamento de conselheiros.

Jorge Maluf, diretor geral da KornFerry no Brasil, avalia que, após quase quatro anos de crise “o mercado tem dados fortes sinais de recuperação, em especial na área de conselho”. De acordo com Maluf, algumas empresas familiares “acordaram para os conselhos”, já perceberam que precisam de ajuda para resolver os problemas das companhias.

O diretor-presidente da Russell Reynolds, Jacques Sarfatti, também enxerga a mesma melhora no quadro econômico e acredita que os conselhos estão mudando e ganhando mais protagonismo. “Parte disso é por conta das empresas, outra parte são os próprios conselheiros, que começaram a se conscientizar de seu papel, sendo mais criteriosos na hora de aceitar uma cadeira”, comentou.

Trazendo a visão de um fundo de private equity, Alberto Camões, sócio-fundador do Grupo Stratus, comentou sobre o processo de seleção de conselheiros levando em conta a questão da diversidade. Segundo a sua experiência, é necessário um esforço consciente para encontrar conselheiras que tenham o perfil que as empresas precisam, mas é possível. No entanto, “em relação à diversidade racial, nós não temos nem como fazer esse esforço”, lamenta. O número de negros em altos cargos na gestão de empresas é ainda muito reduzido. Ele declarou que sempre recorre ao banco de conselheiros do IBGC para selecionar conselheiros que atendam os critérios de diversidade de gênero e de perfil. Camões já contratou neste ano conselheiros no banco do instituto para duas posições em conselhos de empresa participadas da Stratus.

Maluf e Sarfatti também disseram usar o banco de currículos de conselheiros do IBGC.

Questionados pela plateia, os debatedores abordaram também o tema da diversidade geracional. Segundo Alberto Camões, entre 20% e 30% dos conselheiros que ele indica nunca haviam desempenhado esse tipo de cargo. Já na vivência de Sarfatti, apenas 10% das vagas são preenchidas por pessoas mais jovens. “Há um limitador, porque normalmente as empresas pedem alguém com experiência prévia em conselhos”, disse. Porém, ele tem observado um alto grau de satisfação com esses conselheiros.


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