Especialista fala sobre como a estratégia do negócio impacta diretamente a atividade do CEO
No mundo corporativo, muito se discute sobre a relação entre o CEO e os conselheiros de administração da empresa. O primeiro executa a estratégia definida pelos membros do board e tem como obrigação trazer resultados. E, para explorar melhor essa delicada relação, a Comissão de conselho de administração convidou como palestrante Dante Iacovone, executivo com 30 anos de experiência em empresas multinacionais, que hoje atua como conselheiro de administração em empresas de capital aberto.
Dante comentou com os membros do grupo que a atuação do presidente da empresa junto ao conselho é mais intensa em empresas familiares, haja vista que o CEO acaba por fazer o papel de mediador de relações entre os membros da família que estão no conselho de administração. “Em contrapartida, em uma empresa de capital pulverizado, que tem um bloco de controle, a atuação do presidente se resume a levar resultados para o board, que já tem sua estratégia traçada”, comparou.
E, para que esse conselho seja assertivo em sua estratégia, Iacovone afirmou que é necessário que exista diversidade na composição do grupo. “Um conselho ideal precisa ter conselheiros com diferentes formações. E, para se decidir quais são os requisitos necessários para esses profissionais, é necessário saber onde essa empresa quer chegar em seu ramo de negócio e como será vista pelo mercado”.
Para ele, a harmonia entre os membros também influi diretamente no negócio. “O conselho pode não concordar em unanimidade com tudo. Porém, uma vez que a proposta foi aprovada em colegiado, todos devem trabalhar para que o projeto aconteça”, disse. Em caso de extrema contrariedade com alguma decisão, ele indica que o conselheiro peça que sua discordância seja registrada em ata, que é o documento analisado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O profissional ainda afirmou que a visão da gestão de pessoas deve estar muito presente no dia a dia do conselho, pois uma vez decidida a ação, deve-se escolher com cuidado quem serão os executores que poderão trazer os resultados esperados.