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Como conciliar a tradição com a inovação

As empresas familiares precisam estar preparadas para esse novo cenário de rápidas transformações socioeconômicas. Alinhada a esse contexto, a relação entre empresas tradicionais e a inovação foi o tema do 7º Fórum Exclusivo IBGC para Empresas Familiares, realizado no dia 29 de agosto na sede do IBGC, em São Paulo.

Na ocasião, foram apresentados alguns casos, como a da Schulz, empresa familiar de Joinville mais conhecida do grande público pelos compressores de ar. Bruno Luis Ferrari Salmeron, diretor de Operações da Divisão Automotiva da Schulz S.A., contou como um negócio voltado para o varejo precisou se reinventar para poder atender o mercado de autopeças 24 anos atrás, ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em receitas em 2013 e, hoje, utiliza técnicas modernas de gestão de projetos para garantir inovação constante na produção.

“Se não levarmos esse processo de inovação para o dia a dia, para a gestão, não será possível manter o mesmo nível de crescimento”, defendeu Salmeron. Na Schulz, eles utilizam gestão de projetos de estrutura matricial, ou seja, um projeto pode contar com representantes de diferentes departamentos e diferentes níveis hierárquicos.

Na avaliação de Salmeron, isso cria um ambiente mais aberto para a sugestão de novas ideias. Ele gosta de exemplificar com o caso de uma inovação trazida por um engenheiro recém-formado que acabara de entrar na empresa. Ele simplificou a forma de confeccionar uma peça automotiva, dispensando soldagem de treze partes diferentes. “O projeto acabou sendo incorporado como padrão pela John Deere [empresa de tratores e equipamentos industriais] e esse engenheiro hoje trabalha nos Estados Unidos na matriz da empresa”, contou.

Cenário de rápidas transformações

A velocidade das mudanças está aumentando exponencialmente. Existe mais de 7 bilhões de celulares no mundo; o Youtube recebe 24 horas de vídeos a cada minuto; já são mais de 137 milhões de pessoas com acesso à internet no Brasil etc. “E essa velocidade que pode atropelar a gente”, avaliou Vicky Bloch, consultora de RH, coach e conselheira de administração do IBGC. Ele acredita que as instituições não estão preparadas para trabalhar neste cenário, “isso inclui partidos políticos, governo e mesmo as estruturas de governança”.

Esse novo momento vai obrigar a se ter um novo tipo de liderança e que, segundo Vicky, vai demandar outras competências, como empatia, flexibilidade, adaptabilidade, coragem, inovação e entendimento de contexto. E as empresas familiares também vão precisar refletir sobre isso.

Para Vicky, é necessário que a geração que está saindo e que vai entrar na gestão da empresa debatam se querem “ampliar ou mudar o legado da companhia”. Ela ainda formulou algumas perguntas que podem ajudar os membros da família empresária sobre o que fazer nesse contexto: qual é seu sentimento quando “lê” esse mundo? Qual é o seu papel no sistema familiar? Qual é a diferença que você pode fazer?

Flávio Pripas foi o terceiro palestrante do 7º Fórum Exclusivo. Ele comentou sobre experiência dos dois primeiros anos da aceleradora de startups do Itaú, o Cubo. Pripas foi entrevistado do Instante IBGC nº 2, a newsletter semanal para os associados do IBGC.


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