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Como um investidor pode influenciar na governança das médias empresas

As empresas de porte médio representam quase 35,6% do total de organizações do setor industrial brasileiro em 2011, segundo dados consolidados pelo Sebrae, porém são responsáveis por 24,5% do PIB industrial. Situação semelhante é encontrada nas empresas desse porte do setor de serviços, que representam 30,5% do total de empresas, mas apenas 6,7% do PIB setorial. Esse quadro abre uma grande possibilidade para ganhos de produtividade e de valorização no médio prazo para investidores.

"Como e porque investir em empresas de médio porte" foi tema do almoço-palestra realizado no dia 14 de agosto. Durante o evento, Cristiano Gioia Lauretti, sócio executivo responsável pela área de Private Equity da Kinea, comentou sobre a experiência da empresa no investimento em companhias desse porte.

Lauretti comenta que há mais benefícios quando se investe em empresas líderes regionais ou em líderes setoriais. Nesses casos, ele acredita que “há mais espaço para a criação de valor levando em consideração o porte da companhia e a dificuldade que elas têm de conseguir contratar profissionais de primeira linha”, comenta.

Antes de aplicar o seu dinheiro existem alguns pontos da estrutura da governança que o investidor precisa verificar. “Entre os elementos chave estão a existência do Conselho de Administração, nível de informalidade da governança, qualificação do management, possibilidade de garantia de assentos no Conselho de Administração ao investidor, possibilidade de implementação de comitês estratégicos de investimentos, RH, vendas, etc”, lista Lauretti.

“As boas práticas de governança poder auxiliar na geração de valor” defende Lauretti, que lista alguns exemplos de ações que o investidor deve ajudar: através do auxílio a profissionalização do management, agregando na administração da Companhia, nomeação de conselheiros independentes com experiência colaborando nas tomadas de decisão do Conselho de Administração, e implementação de controles internos” complementa.

O investidor comenta que a Kinea costuma atuar em três níveis para influenciar a governança das empresas que investe. Primeiro, indicando membros da consultoria ou independentes para os Conselhos de Administração das empresas. Segundo, criando e participante nos comitês de apoio ao conselho. E terceiro, influindo na gestão das empresas, indicando profissionais para postos de CFO ou de COO. “Mas este um esqueleto de como agimos, mas na prática cada projeto tem suas adaptações”, explica.

Um exemplo dessa atuação foi a relação com o laboratório de imagens Delfin, com atuação concentrada no nordeste brasileiro. A Kinea investiu na empresa em janeiro de 2013. Logo no início indicaram como conselheiro independente para conselheiro de administração da empresa um antigo executivo com experiência no setor. “Esse conselheiro acabou sendo escolhido pelo próprio fundador da empresa para o substituir como CEO”, conta Lauretti. Essa empresa foi posteriormente comprada, mas a Kinea permaneceu com seus investimentos até a abertura de capital em outubro de 2016. Nessa ocasião, a Kinea vendeu a sua participação e recuperou seus investimentos.


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