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Conheça o perfil das conselheiras eleitas na última AGO do IBGC e suas propostas de contribuição par

No dia 30 de março, durante a Assembleia Geral Ordinária do IBGC, houve a renovação de um terço do Conselho de Administração do Instituto. Foram eleitas três mulheres. Doris Beatriz França Wilhelm foi reconduzida ao cargo, já Monika Conrads e Vicky Bloch assumiram pela primeira vez a vaga.

Conversamos com as três sobre como suas trajetórias cruzaram com o IBGC, participação feminina nos conselhos de administração e o papel que o instituto pode desempenhar no atual momento do Brasil.

Cada uma delas se aproximou do IBGC em momentos diferentes nessas mais de duas décadas de história da organização. Vicky Bloch, por exemplo, presidia a DBM no final dos anos 1990. A empresa funcionava junto com a consultoria Spencer Stuart, uma das primeiras patrocinadoras do instituto.

Já Doris Wilhelm contou que é associada desde 2002 e acompanhou o Capítulo Sul no período que acompanhou IPO da Grendene, entre 2004 a 2007. Fez diversos cursos do IBGC e foi professora do módulo de Relação com Investidores no Curso para Conselheiros. “Em 2016, resolvi me certificar como conselheira de administração e concorrer como conselheira, o que fui bem sucedida” comemorou. Ela ainda comentou sobre a sua reeleição: “só tenho a agradecer à base de associados que me deu total apoio nessa missão e dizer que meu compromisso é responder à confiança depositada à altura.”

Monika Conrads foi a última a criar laços mais fortes com o IBGC, apesar de já conhecer o trabalho por meio de bibliografia e estudos. Começou a ter uma participação mais ativa somente depois de assumir a presidência da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, em 2012. Pouco depois, começou a fazer parte da Comissão de Empresas Familiares, da qual é coordenadora.

Participação da mulher

Com relação ao fato de terem sido eleitas apenas conselheiras mulheres na última eleição, Doris acredita que isso reflete uma tendência mundial: “Há um movimento em várias frentes, no mercado internacional, que influencia e repercute no mercado nacional, que promove uma maior inserção feminina nos negócios e nos conselhos, uma maior equidade no mercado de trabalho e, inclusive, nas diferenças salariais e de participação por gênero em cargos de gestão, que ainda são gritantes.” Ela defende que “cabe às mulheres brigar por mais espaço, independente de cotas ou não, buscarem mais oportunidades, sem medo.”

Monika também acha que esse fato “é fruto desta consciência para uma maior diversidade e mostra que a comunidade do IBGC está atenta e é exemplo em boas práticas.” Ela reafirma que ainda é necessário estimular “mais mulheres a se capacitarem e candidatarem a cargos em Conselhos”. E, na avaliação da presidente do conselho da Duas Rodas, "quando inserimos perfis e características diferenciadas no colegiado as discussões são enriquecidas”.

“Eu não gostaria de acreditar que o fato de sermos mulheres nos elegeu”, ponderou Vicky, que completou que tem “certeza que os associados do IBGC elegeram conscientemente seus membros a partir da análise de suas contribuições.”

Cenário nacional

As três conselheiras acreditam que o IBGC pode intervir para melhorar a situação no tumultuado cenário da crise política, ética e econômica brasileira. Monika acredita que o “IBGC está muito bem posicionado” já que cumpre um papel fundamental na disseminação de conhecimento em Governança ao “dar voz à causa de forma técnica e disciplinada”. Mas ela lembrou que contextos turbulentos como atual são “uma oportunidade para uma evolução mais rápida dos conceitos, mas que exigem foco de atuação e muita qualidade na execução do planejamento”.

“Vejo que nossa contribuição pode ser de criar reflexões a partir de publicações, fóruns e atuações de seus membros na sociedade para trazer à tona os temas que competem ao Instituto”, defendeu Vicky. Ela acredita que opinar e influenciar para que as práticas de governança se modernizem também faz parte do papel que a organização pode desempenhar.

Doris ressaltou que o IBGC pode ter um papel na retomada econômica. Ela também defendeu que as instituições precisam se organizar para construir um projeto de país, “pois sem uma segurança institucional, anticorrupção, não atrairemos capital internacional, não criaremos um mercado de consumo e produtos e serviços, que possam gerar renda, empregos e crescimento econômico sustentável.”

Atuação no Conselho

Na entrevista, Doris demonstrou estar muito animada com o que poderá contribuir agora que foi eleita para um mandato de três anos no Conselho de Administração do IBGC, já que sua primeira eleição era no período de transição em que ela ficaria apenas um ano. Ela imagina que possa contribuir para que “os associados não vejam o IBGC apenas voltado para um determinado segmento, tal como a associação de que prioriza as companhias de capital aberto, em detrimento das empresas familiares, ou vice-versa”. Também acredita que pode contribuir, junto com os demais conselheiros, para a ampliação do número de associados por meio de sua rede de contatos e para a produção e difusão de conhecimento, seja via papers, artigos e mesmo programas de TV.

“Minha eleição é sinal claro dado aos (e pelos) associados da importância pretendida as empresas familiares”, avaliou Monika, que vê sua eleição como uma forma de oferecer ao conselho expertise e experiência de atuação em empresa familiar de médio porte. "Não apenas por ser membro da família, mas também por ser presidente do Conselho de Administração e envolvida diretamente com as questões de governança”, avaliou.

Já Vicky está convencida de que vai poder acompanhar e estimular o planejamento estratégico do IBGC de expansão de sua base, privilegiar as empresas familiares e listadas, além de reformular fluxos internos.


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