3ª sessão: Painel trouxe debate sobre o novo relatório de auditoria
No Workshop sobre Comitê de Auditoria, os participantes foram divididos em três grandes grupos para que pudessem debater o novo formato do relatório do auditor externo. Enquanto liam o material, Fernando Alves, sócio-presidente da PwC Brasil, contextualizou o tema dizendo que o Brasil passa por um tempo de transformação que exalta a qualidade do compliance e da ética nas organizações.
“Temos as megatendências, que são um conjunto de forças que estão moldando o futuro do mundo e, certamente, moldarão o futuro do nosso país e das nossas organizações. As mudanças vão desde climáticas, escassez de recursos, até a questão da revolução tecnológica e internet das coisas”, iniciou Alves.
Para ele, o ambiente de transformação torna pertinente refletir sobre governança, que tem como essência é ética. “Governança é um sistema de ‘cuidar’ e o comitê de auditoria é fundamental nesta estrutura, que agrega confiabilidade a execução das melhores práticas”, disse.
O especialista ainda citou a pesquisa Trends and Pratices in Corporate Reporting, realizada pela PwC, que indicou que nos 16 setores estudados mais de 75% das informações consideradas como relevantes pelos usuários eram de natureza não financeira. “Então, o desafio do Comitê de Auditoria é trabalhar neste ambiente de transição, onde a informação financeira era a única considerada relevante. Antes, o foco era no tangível. Hoje, as maiores empresas do mundo são aquelas que não tem praticamente ativos fixos. Trabalhamos na economia do conhecimento, da quarta revolução industrial. O foco atual do reporting é no plano do intangível”.
O palestrante ainda alertou que o relatório do auditor irá mudar. “Será um relatório muito mais abrangente, que terá uma sessão de opinião dos auditores, base da opinião dos auditores, conflitos ocorridos entre auditores e companhia. O resultado será maior transparência e conhecimento sobre o processo de auditoria em seus principais aspectos”, finalizou.
Já a palestrante Tereza Grossi, presidente do Comitê de Auditoria e Gerenciamento de Riscos da Duratex S.A., falou sobre a estrutura da área de auditoria. “Em uma estrutura de governança ideal a auditoria interna está subordinada ao comitê de auditoria. É necessário que haja um protocolo de comunicação entre o comitê de auditoria, auditoria interna e auditoria externa. As comunicações precisam ser frequentes e podem ser presenciais, à distância em caso de emergência”.
Para Grossi, a comunicação do comitê de auditoria com o conselho não precisa ser formalmente mensal, porém, é necessário que aquele quem coordena o comitê de auditoria tenha uma linha direta com o presidente do conselho.