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Não adianta implementar um Comitê de Estratégia se o conselho de administração não for eficiente”, d

Evento debateu a real funcionalidade de um Comitê de Estratégia nas organizações

O IBGC promoveu, na manhã do dia 26 de outubro, em São Paulo, mais um de seus tradicionais Fóruns de Debates, coordenados e moderados por Eduardo Bernini. De tema “Comitê de Estratégia: Ter ou não ter?” o evento contou com a presença dos palestrantes Antonio Carlos Pipponzi, presidente do Conselho de Administração da Raia Drogasil S.A.; e Horácio Lafer Paiva, membro de conselhos de administração de empresas como Grupo Martins, Terminal de Containers de Paranaguá S/A (TCP), Tarpon Investimentos, Grupo Baumgart, e Cataratas S/A.

Primeiro a se apresentar, Pipponzi contou aos presentes que até o ano de 2002 a estratégia não era vista como uma prioridade pela empresa, que focava na operação e tinha sua estrutura dividida por departamentos. “Tínhamos uma estrutura compartimentada, desenvolvíamos projetos pontuais e arrojados, porém de retorno imediato. A empresa era gerida por mim e meus dois irmãos e, na época, não tínhamos a visão de longo prazo”, explicou.

A partir do momento que o executivo e seus irmãos, pertencentes a terceira geração do negócio, perceberam que precisariam preparar os jovens da família para assumir a empresa, passaram a entender melhor o longo prazo. “Fizemos um programa duro de sucessão e a nova geração nos trouxe a realidade da tecnologia. Os herdeiros vieram com a cabeça acadêmica, o que fez com que a empresa parasse de ficar em operação e passasse a trabalhar com a estratégia”.

Segundo o presidente de conselho, no início, esse choque trouxe problemas para a geração de caixa, mas trouxe uma visão transformadora e de longo prazo para os negócios, além de fazer com que as decisões fossem tomadas com mais rapidez. “Se a empresa não tiver estratégia ficará focada em operação, em lucro. Porém, com isso perde-se em inovação, gestão de pessoas e criação de valor, que são fruto da estratégia”, analisou Pipponzi.

Após o fortalecimento da governança corporativa na organização, também foi criado um Comitê de Estratégia, composto por membros do conselho de administração, o presidente da empresa e executivos. “Não vejo utilidade de se chamar pessoas externas para compor o Comitê de Estratégia, pelo menos não em uma empresa como a Raia Drogasil”.

A palavra foi passada para Paiva que foi categórico: “Antes de se montar um Comitê de Estratégia é necessário ter, primeiro, um bom conselho de administração. Isso porque não existe gestão que conserte uma estratégia errada, e a estratégia deve ser feita pelo conselho de administração”.

Para o conselheiro, a maioria dos boads ainda não está preparada para discutir estratégia, função muitas vezes delegada ao CEO. “O CEO tem que saber o que está acontecendo no dia a dia da organização e repassar para o conselho. Munido dessas informações, o conselho deve desenhar a companhia do amanhã”, explicou. Para ele, o presidente da empresa está naturalmente preocupado com o curto prazo, muitas vezes até influenciado por políticas de remuneração imediatistas.

“O que vejo bastante é o assunto da estratégia ser levado por conselheiros independentes as reuniões de conselho de administração. Não vejo a mesma preocupação de controladores, por exemplo, eles têm medo de ‘mexer no queijo’”, opinou o executivo, que finalizou: “Estratégia não é um tema da agenda, é a agenda em si”.


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