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Jornada Técnica 2017: Governança corporativa no outro lado do mundo

Quarenta e uma pessoas viajaram até o outro lado do mundo para conhecer dois dos melhores modelos de governança asiáticos: Singapura e Hong Kong. Durante nove dias, entre 30 de maio e 7 de junho, eles participaram de uma extensa agenda de atividades (foram 31 palestras, debates ou visitas) em que debateram com 50 especialistas locais. Essa foi a Jornada Técnica 2017 – Ásia, a nona edição da viagem de estudos organizada pelo IBGC.

Domingos Laudisio, coordenador do Grupo de Estudos da Governança Asiática (GEGAS) lembra que “apesar de não serem as maiores economias da Ásia, esses dois países tem os modelos de governança corporativa mais avançados”. A duas economias também possuem mercados de capitais bem desenvolvidos. Em Hong Kong o valor negociado na bolsa representa 1.028% do PIB. Singapura também apresenta um número alto, seu mercado de capitais representa 219% do seu PIB, maior que a taxa japonesa (119%) e americana (140%) e mais de sete vezes a taxa brasileira (28%).

Porém Laudisio alerta: “Singapura é muito diferente de Hong Kong”. Enquanto o primeiro é um benchmark de governança de empresas estatais, o segundo é conhecido por suas empresas de controle familiar e seus family offices”.

Para conseguir entender essas diferentes realidades, foi montado uma agenda especial para cada uma dessas cidades-estados.

Em Singapura, por exemplo, foram feitas visitas a Capitaland e ao DBS. A Capitaland é uma empresa do ramo imobiliário e de administração de shopping centers que faz parte do grupo Temasek, um fundo soberano criado após a independência de Singapura. Para garantir sua alta performance, todos os conselheiros da Temasek são independentes. Já a Capitaland tem apenas um conselheiro que não é externo a empresa. O DBS é o banco de desenvolvimento de Singapura e tem funções semelhantes ao BNDES no Brasil, mas com uma concentração mais de investimento fora do país.

“Quando você olha essas empresas de Singapura, você vê a grande preocupação com a nomeação de conselheiros, com bons comitês de indicação e uma série de exigências para a seleção”, explica Laudisio.

Conhecer a dinâmica das empresas familiares e de um mercado de capital robusto foram os pontos centrais das visitas em Hong Kong. Um exemplo é a palestra de Willian Fung, presidente do Conselho de Administração e membro da terceira geração da família que controla a empresa de logística Li&Fung. A Bolsa de Valores de Hong Kong, a sexta maior do mundo, foi outro ponto alto da visita.

A equipe dos que participou da Jornada Técnica produzirá um relatório detalhando os ensinamentos da viagem. Esse estudo deve ser publicado no segundo semestre de 2017.

Escolha do próximo destino

Para a próxima edição da Jornada Técnica a escolha do destino será diferente. Antes, os integrantes da jornada escolhiam ao final da viagem o próximo país a ser visitado. Na edição prevista para 2019 a seleção ouvirá todos os associados do IBGC. O modo como se dará esse processo de escolha ainda será anunciado.

Cobertura nas redes sociais

As redes sociais do IBGC acompanharam o dia a dia da Jornada Técnica. Os participantes e palestrantes gravaram dezenove vídeos comentando alguns pontos debatidos.

A seguir você pode assistir a cada um deles.

Singapura

1) Associação de Singapura do Instituto de Secretários de Governança (Singapore Association of the Institute of Chartered Secretaries and Administrators).

A equipe do IBGC conversou com Tan Wee Liang, presidente do conselho da Associação de Singapura do Instituto de Secretários de Governança (Singapore Association of the Institute of Chartered Secretaries and Administrators).

Ele explicou que os secretários de governança em Singapura são responsáveis por questões legais, financeiras e de compliance e em algumas empresas eles também respondem pela comunicação com os stakeholder e acionistas.

(Vídeo em inglês)

2) Heloísa Bedicks comenta palestra de Mark Mobius da Franklin Templeton Investiment

No primeiro dia oficial de atividades da Jornada, a superintendente geral do IBGC, Heloísa Bedicks, comentou a palestra de Mark Mobius, do fundo de investimento Franklin Templeton, sobre o que um investidor busca avaliar em relação a governança corporativa nas empresas antes de colocar dinheiro.

3) Cyber Risks

Vincent Loy, líder para crimes financeiros e eletrônicos da PwC Asia Pacific, e Oscar Boronat, conselheiro certificado IBGC e integrante da jornada, comentam sobre os desafios da prevenção dos crescentes riscos cibernéticos e eletrônicos para as empresas e os conselhos de administração.

(Parte do vídeo em inglês)

4) A transição do “Pratique e Explique” para o “Aplique e Explique”

Willie Chang, presidente do conselho do Instituto de Conselheiros de Singapura (Singapore Institute of Direcetors), comenta sobre o desafio de superar o “Pratique ou Explique” para implementar o “Aplique e Explique”.

(Vídeo em inglês)

5) Semelhanças entre o IBGC e o Instituto de Conselheiros de Singapura

Monika Conrads, conselheira de administração do IBGC, compara o trabalho do IBGC e do Instituto de Conselheiros de Singapura (Singapore Institute of Directors).

6) Autoridade Monetária de Singapura (Monetary Authority of Singapore)

Maria Beatriz Bueno N. Kowalewski comenta sobre a visita à Autoriadade Monetária de Singapura (MAS, sigla em inglês para Monetary Authority of Singapore), em que se debateu a necessidade de se criar mecanismos para que os acionistas minoritários possam efetivamente saber o que está sendo feito nas companhias.

7) Gerenciamento de Riscos

Para o Neo Sing Hwee, sócio da EY de Singapura, "gerenciamento de risco não trata de eliminar riscos, mas de conhecer e lidar com esses riscos para garantir o resultado da companhia".

(Vídeo em inglês)

8) Risk Enabled Performance Management

Cláudia Elisa comenta sobre as evoluções nos debates sobre Gerenciamento de Risco apresentadas pelos consultores da EY de Singapura.

9) Conselhos em Singapura não restringem sua pauta aos resultados financeiros

Os conselheiros do DBS, um banco público de Singapura, gastam apenas 10% das reuniões debatendo os resultados financeiros. Os outros 90% são dedicados a debates sobre estratégia, assuntos de governança, atualização das atividades dos comitês e mesmo a capacitação dos conselheiros.

Beatriz Carneiro, sócia-conselheira da Policard, comenta sobre essa questão.

Hong Kong

10) Panorama de Hong Kong para os investidores

Jimmy Chiang, o diretor-geral associado do órgão do governo local para estimular o investimento na região, Invest hk, explica algumas questões sobre a economia de Hong Kong.

(Vídeo em inglês)

11) O que acontecerá com a governança de Hong Kong depois da integração total com a China?

Em 2047 Hong Kong deverá ser integrado totalmente a China, perdendo o status de “um país, dois sistemas”. Com a fusão, quem vai influenciar mais nas questões de governança: China ou Hong Kong?

Henrique Luz, sócio da PwC Brasil, comenta sobre qual a impressão de Jamie Allen, da Associação Asiática de Governança Corporativa (Asian Corporate Governance Association), sobre esse tema.

12) “Os conselheiros precisam ouvir mais quem está fora do conselho”

Na opinião de Jamie Allen, secretário-geral da Associação Asiática de Governança Corporativa (Asian Corporate Governance Association), um dos maiores desafios para os conselhos é deixar de falar apenas entre si e passar a ouvir mais os stakeholders e acionistas.

(Vídeo em inglês)

13) Empresas familiares têm problemas parecidos no Brasil e em Hong Kong

Roberto Faldini, presidente do conselho da Emibra, comentou sobre a semelhança de muitas questões que empresas familiares enfrentam no Brasil e “do outro lado do mundo”, em Hong Kong.

14) Para que uma família empresária funcione, não basta escrever nas regras

Willian Fung, presidente do Conselho de Administração da Li&Fung, empresa de logística de Hong Kong, comentou sobre as dificuldades dos acordos entre integrantes da família empresária.

"Você pode apontar em que artigo algo está escrito no código de conduta da família, mas isso não quer dizer que as pessoas vão fazer, ou gostar, disso", explicou Ele, que é da terceira geração no comando da empresa, comentou que a Li&Fung segue práticas de governança de companhias abertas.

(Vídeo em Inglês)

15) Quais os conhecimentos necessários para ser um Secretário de Governança?

"Para ser um bom secretário de governança não basta ter conhecimentos jurídicos ou financeiros", na opinião de Bill Wang do Instituto dos Secretários de Governança de Hong Kong (Hong Kong Institute of Chartered Secretaries).

(Vídeo em inglês)

16) Visita a bolsa de valores de Hong Kong

Na avaliação de Flávia Mouta, Diretora de Regulação de Emissores da B3, “o Brasil não está nada atrás de outros países” em relação a regras de listagens de empresas no mercado de capitais.

Ela comentou ainda sobre o debate que a Bolsa de Hong Kong está fazendo sobre a criação de uma divisão que negocie também ações preferenciais sem direito a voto.

17) Diversidade nos conselhos

“Na minha visão, conselhos precisam ter pessoas mais jovens” defendeu David Eldon, presidente do conselho do HSBC Oriente Médio e ex-presidente do Comitê Global de Riscos do HSBC. “É necessário reconhecer, que os conselhos são compostos por pessoas mais velhas com ideias velhas e que tomam decisões que serão implementadas por pessoas 15 ou 20 anos mais jovens”, explicou.

Ele também comenta que não participa de conselhos em que os conselheiros independentes não sejam a maioria.

18) Os motivos do sucesso de Hong Kong

O sucesso de Hong Kong está sustentado em alguns pilares: sistema financeiro sofisticado e controlado, a estabilidade econômica e política, e a estrutura regulatória transparente e justa. Essa foi a principal mensagem da palestra dos sócios da PwC de Hong Kong na opinião de Ricardo Roschel.

19) Participação de conselheiros independentes nos conselhos de administração de Hong Kong

Richard Doern comenta sobre um estudo do Instituto de Conselheiros de Hong Kong (Hong Kong Institute of Directors) que aponta que em média os conselhos de administração locais possuem 40% de conselheiros independes.


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